quinta-feira, 26 de dezembro de 2013

Foi tudo para o lixo?

Essa imagem, me remete a um quadro que a vovó tinha na sala e, que quando pequena eu ficava horas a observar e vem dessa observação que eu quero escrever hoje, pois escrever, de certa maneira me faz entender melhor as coisas. Mesmo que eu não possa consertá-las.
Será que o amor foi realmente torneira abaixo? 
Será ilusão acreditar que os relacionamentos podem ser duradouros? 
Será que a geração dos meus pais, perpetuam a solidez, mesmo enfrentando problemas?
Por que as pessoas se encontram e, vivem em relacionamentos de bolso, do tipo que se pode dispor quando necessário e depois tornar a guardar. Por que é mais fácil dizer que não pode ajudar o outro, do que sentar e ver "o que podemos resolver juntos". Por que é mais fácil odiar a tudo e a todos? Por que é mais fácil mentir e enganar sobre desejos com alguns e depois tomá-los com outros? Por que é tão difícil perdoar?
Em uma época que utensílios cada vez mais sofisticados são descartados, para que outros assumam seu lugar, as relações interpessoais não poderiam ser diferentes. Ainda ontem vi uma reportagem que o Brasil tem tanto lixo eletrônico que nem sabe o que fazer para descartá-lo. 
Antes descartávamos o necessário, na época de nossos antepassados, nossos ancestrais sabiam o significado da palavra erosão e velho. O ferro oxidava, a madeira apodrecia, a porcelana trincava e ia se passando de geração a geração. O ouro escurecia, guardava-se para os filhos e netos, as joias da família. Havia um sentimento de coletividade, de respeito ao objeto usado, de carinho ao antepassado, a história daquele objeto e a pessoa que o usou. 
E a famosa colcha de retalhos, era uma herança sem valor. Cada pedacinho, uma história, um momento... E a colcha adornava a cama da avó, da mãe, da filha. 
Até que as coisas foram para o lixo sem pensar... tudo se tornou descartável. 
Efêmero, de curta duração e nossa maior perda foi justamente a capacidade emocional de assistir ao desgaste das coisas. Não temos paciência, não temos tempo e, tudo vai para o lixo.
A partir do momento em que tudo é usado é também facilmente descartado, as relações pessoais também se tornaram assim. O suposto amor que a gente vive hoje, acaba e recomeça no outro dia, no e-mail, no face, no site de relacionamento. Desligados, precisamos nos conectar e preencher uma lacuna, sem garantia de permanência. Sem o reconhecimento de que as coisas se desgastam, ou que é preciso ser tolerante e auxiliar o outro, vivemos eternamente frustrados
Essa sociedade veloz nos ensinou a querer tudo de uma vez, dinheiro, eficiência, velocidade, amor, qualidade, quantidade, beleza, perfeição. Não há poesia alguma se você não é perfeito, não perdoam marcas de acne e nem gordurinhas e, assim nos distanciamos de tudo que poderia nos trazer alegria, do simples, para vivermos eternamente frustrados, deprimidos, doentes, ansiosos e mais sozinhos do que nunca.

5 comentários:

  1. Bem no ponto, Tati!!!! Há um interesse difuso para que todos nos tornemos descartáveis. Como se dizia antigamente, isso "movimenta os negócios". Tudo virou negócio. Basta você ver o quanto a mídia se agita com o "junta e separa" das celebridades.

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  2. tô tão feliz por vc meu amigo, vi no seu rosto, pelo face, o semblante do amor, espero do fundo do meu coração que esse amor só se fortaleça!

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  3. É a lei do capitalismo selvagem. Do consumismo exagerado que os EUA faz tão bem. Tudo é descartável para movimentar a economia como bem disse o Lugg. Mas esta lógica se estende às relações interpessoais, pois elas também movimentam o mercado. O dia dos namorados é o 3º maior faturamento do comércio, atrás apenas do Natal e dia das mães. Mas um relacionamento novo ou uma conquista é muito mais lucrativo para os comerciantes. A maioria dos relacionamentos esfriam ao longo do tempo, ou mudam o foco, ao invés de se comprar um colar de brilhantes para a namorada, quando casados os dois já pensam em investir o dinheiro em aplicações, em um carro novo, uma máquina de lavar, uma geladeira etc. Assim, para os capitalistas varejistas é muito mais lucrativo que um relacionamento dure pouco, pois assim estes amantes gastarão mais dinheiro a cada conquista, a cada reconciliação a cada casal que se forma.

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