sábado, 31 de dezembro de 2011

despedida

Nem sei se deveria escrever, mas estou fazendo o que o meu coração manda. Me desculpe pelos eventuais erros de português ou de frases que ficarem sem coerência, pois minhas mãos estão sendo guiadas pela força do meu coração.
Eu gostaria que você soubesse que gosto muito de você, que nesse tempo em que ficamos juntos, eu aprendi a amá-lo e que tentei de tudo para ser uma pessoa melhor, principalmente pra te fazer feliz. È uma grande pena, não ter conseguido.
Entendo a sua mágoa, e peço desculpas mais uma vez, por tudo que tenha lhe causado, por tantas palavras impensadas, pelo silêncio, por ações, gestos, egoísmo e por tantas coisas que acabamos fazendo e que magoam as pessoas que amamos. Embora nosso casamento já estivesse em crise, eu sempre acreditei que passaríamos o resto da vida juntos, pois quando tudo estava bem, estava bem pra valer.... me lembro que antes da decisão de se separar, viajamos para Brotas, e nos divertíamos como duas crianças, que conversamos o tempo todo na viagem, pois estavámos felizes e éramos amigos... você lembra disso? lembra que me disse que gostava de mim, e que não tinha companheira melhor para viajar com você.
Mas depois, (isso não consigo compreender) você não conversou mais comigo, e acabou tudo. Acabou tudo de forma tão rápida e tão segura, conversando com a advogada, marcanda data, indo ao cartório, como se fosse assinar apenas um simples papel. Não estou aqui para julgar a atitude de ninguém, mas só gostaria de entender de alguma forma o que aconteceu.
Sei que não gosta de mim, e por isso aceitei a decisão da separação.
Mas eu sinto falta de você, pois eu o tinha como um amigo, que me ouvia, que me auxiliava, que me aconselhava, que estudava comigo. Sinto falta daquele dia na piscina, que ríamos com as minhas histórias, do seu maravilhoso churrasco de queijo, das panelas, do macarrão a bolonhesa e sinto saudades até daqueles suplás verdes (feios) que vc colocava à mesa.
Eu tentei... quando nos mudamos para Waldemar Silenci, eu era uma pessoa nova... Quando achei que estava grávida, eu fiquei com medo, mas também feliz, pois tinha certeza de que você nunca me abandonaria, que seria um pai severo, mas que amaria uma criança. Eu aprendi a te amar nesse tempo...
Eu só quero que saiba, que rezo todas as noites para que você seja feliz, que por oras sou rude, porque tenho raiva, mas que depois que meu coração acalma, eu só desejo que seja feliz. Que eu não saio falando mal de vc, (embora vc acredite mais nos outros do que em mim), pelo contrário, eu digo que foi muito bom enquanto durou...
Tenha certeza que eu não quero atrapalhar a sua vida, espero que você seja feliz, com muita saúde e com um grande amor.
Eu posso ter um milhão de defeitos, mas eu não sou como você acredita, um dia... um dia.... você vai me reencontrar e saberá do que eu estou falando.
Muita paz
Tatiana

terça-feira, 16 de agosto de 2011

O fim

Para toda história existe um fim.
O fim muitas vezes pode não ser mágico e cinematográfico.
O fim que estou vivendo neste momento é extremamente doloroso.
Perdi um grande tempo, vivendo junto e não tomando o próximo passo decisivo. Perdi. Me senti no chão. É como se o outro transmitisse "ainda estou esperando algo melhor".
Um novo começo se abriu. Errei. Admiti o erro, e admiti que nós próprios produzimos as nossas dores. mas a minha culpa não me levou a autocondenação, não! mas a auto análise, reparação e transformação intíma. Infelizmente não fui perdoada e perdi novamente.
Só gostaria terminar deixando um simples recado: Perdoar é desenvolver a compreensão e aceitar que nós, humanos, ainda estamos distantes de agir corretamente. Ninguém consegue viver sem nunca magoar alguém.
O que julgamos ser eterno, na maioria das vezes, não passa de hoje.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

O urso que queria ser pai

Estamos arrumando a biblioteca da minha escola, e como adoro literatura infantil, resolvi pegar alguns livros, dentre eles "O urso que queria ser pai" de Wolf Erlbruch, que é simplesmente uma gracinha!
Tudo começa, quando o urso que passou o inverno inteiro dormindo acorda magrinho, magrinho, afinal, foram meses dormindo. mas não foi preciso muito tempo, para o urso se recuperar e já começar a pensar que gostaria de ter um filho. E o que seria preciso pra isso? pois não é que ele sai perguntando para os outros animais... O coelho conta uma história de nabos, o passarinho fala sobre os ovos e o salmão, com uma risadinha maliciosa disse que era preciso esperar pela cegonha. A cegonha aproveitou para esclarecer, já meio irritada que o negocio dela nunca foi trazer bebês. O urso já estava desanimado, quando viu passar pelo céu uma nuvem, e se lembrou da história, que a sua mãe contava sobre a nuvem milagrosa. Nesse momento mágico, alguém cochichou no seu ouvido, sobre a vontade de ter bebês, ele olhou e viu que era uma linda ursa e juntos foram procurar uma relva alta para que na próxima primavera o urso pudesse realizar o seu sonho.

domingo, 26 de junho de 2011

Aniversário

Hoje é o meu aniversário, faço 35 anos.
Em 35 anos fiz tantas coisas... algumas eu me arrependo, outras sinto saudades, e tem algumas guardadas numa listinha secreta que eu ainda pretendo, ou pelo menos sonho realizar.
Dizer que fazer aniversário é uma data muito especial, é um dia só seu! (pelo menos eu cresci com essa concepção... nos meus aniversários, quando eu era criança, eu podia tudo, ou pelo menos quase tudo, era uma espécie de princesinha, com súditos pra me buscar água, ver TV comigo, cantar parabéns ao lado do bolo de chocolate. E o ritual começava às 00:00, os parabéns iniciavam, abraços, beijos e desejos que todos os anos são iguais: felicidade, saúde, paz, amor e a realização de sonhos. Algumas vezes, colocam Deus, Jesus, espíritos amigos pra te abençoar e assim passa o dia, alguns telefonemas (que com a idade, no meu caso, estão desaparecendo), alguns presentes, ou pequenas lembranças... desde um lindo lenço, até um CD da Elis Regina (os melhores sucessos dela) e assim vai, o relógio não é nada gentil, ele corre como um dia qualquer, não se importa que seja o seu aniversário, e que possa segurar alguns minutos... ele é sarcástico e diz a você: - o tempo está passando! Infelizmente esse não está sendo um dos meus melhores aniversários... eu já tive alguns bem legais, mas e que sem querer, eu fui atingida por um pequeno bicho chamado depressão, algumas pessoas não acreditam no estrago que esse "bicho" pode fazer, ele descontrola o seu coração, aperta, aperta e aperta, até quase você não conseguir respirar, ele leva seu sono embora num saco preto. (sim, é preto, porque eu já vi ele carregando o meu sono) e ele fica balbuciando no seu ouvido palavras tristes. Você evita olhar no espelho, porque vê seus olhos sempre marejados de lágrimas, mesmo que não exista nenhum motivo pra isso.
Mas não estou sozinha, algumas pessoas (que talvez nem leiam esse meu desabafo) estão tentando me ajudar, à eles o meu profundo agradecimento.

segunda-feira, 21 de março de 2011

Tereza

Faz tempo que não escrevo, a vida vai passando... coisas acontecem e a gente esquece de dar o devido valor, respeito e carinho por elas. Esquecemos até de agradecer pela vida nos ofertada a cada dia.
Hoje eu quero falar da minha avó Tereza, me bateu uma saudade dela... Vovó era uma mulher muito rígida, mas comigo seu coração sempre amolecia. Gosto de cozinhar e devo isso a ela. Adorava passar as férias em sua casa e pedir centenas de pratos que só a vovó sabia fazer; doce de leite (que ela guardava em cima da geladeira), coxinha de cará (e a coxinha dela era com carne de panela desfiada), risóles de queijo, sagu de leite com açúcar queimado, pão doce (era uma longa trança, recheada)... coxas de galinha na panela bem amarelinhas, couve refogadinha com feijão... nossa, eu sinto o cheiro da vovó. E abraçá-la então? Que delícia, ela era geladinha e macia. Beijava sua bochecha e dizia um sonoro  eu te amo. Como é bom ter avó, pelo menos eu tive o privilégio de ter a melhor! Quando ela adoeceu, eu me entristeci, perdi a minha avó, olhando pra ela. Vovó sofreu com uma doença degenerativa por sete anos. Ela esqueceu tudo. Primeiro esqueceu as chaves de casa, depois se trancou num mundo só dela. Perguntava quem eu era? me dava outros nomes, queria que eu a levasse para sua mãe, queria lavar roupa no rio e um dia, ela se foi. Se foi daqui, porque ela ainda vive em mim, em cada prato saboroso que eu me proponho a fazer.
Vovó Tereza eu te amo muito, e sei que posso contar com você.
sua neta mais velha e querida Tatiana

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

Leitura nas férias

Pena que janeiro daqui a pouco acaba, só mesmo nas férias para ler a vontade, qualquer coisa que caia nas mãos. Estou lendo muita coisa legal, já que tenho esse hábito, ou seria vicio, de ler várias coisas ao mesmo tempo (nesse momento estou lendo três livros, um pouquinho por dia cada um) . Mas das leitura finalizadas, cito algumas das quais me apaixonei.

O título já diz tudo, o livro conta 90 clássicos para apressadinhos, isso porque em cada história, o talentoso quadrinista Henrik Lange conta em apenas  3 quadrinhos histórias como Alice no país das maravilhas, Morte em Veneza, O velho e o mar, Romeu e Julieta, entre outros. Muito divertido!!!

Como já escrevi anteriormente, este ano perdi a minha amiguinha Olívia e alguns dias depois, ainda com muita dor, encontro este livro. Não tive dúvidas, na hora comprei. Sou espírita de berço. Acredito que a vida não termina aqui e que a Terra é um local para aprendizado. Não leio muito livros espiritas, não gosto dos romances. Mas leio e compro tudo que esteja ligado aos animais, me interesso muito por esse assunto, e sinto falta de mais material sobre a espiritualidade dos animais, tirando Marcel Benedeti e Irvenia Prado, encontramos muito pouco sobre para aonde vão nossos cachorrinhos, gatinhos e outros amigos. A autora deste livro Tânya Oliveira, nos conta a trajetória de Duda, sua cachorrinha (da mesma raça, da Olívia) alegrias, tristezas e o câncer que também levou Duda embora.
Ela esperou e Duda retornou ao seu lar, da mesma forma, com o mesmo nome e com incríveis coincidências que só comprovam a reencarnação de Duda. O livro é muito lindo e serve de consolo para quem acabou de perder um amigo. Tenho certeza que a Olivia também regressará em breve.

sábado, 15 de janeiro de 2011

palavras soltas

Houve um tempo que a vida para ela traduzia felicidade, tinha planos. Mas a morosidade com que seus planos pudessem realizar foi criando nela desencanto. Desencanto gera angustia. A ultima chance era abandonar tudo e recomeçar. Recomeçou mas errou de novo, inúmeros erros. o desencanto voltou. Até que surgiu uma esperança, se agarrou a ela por mais que a avisaram e se foi. Hoje é uma nova tentativa de ser feliz, mas a felicidade parece estar distante, ela tropeça e não sabe que caminho trilhar.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Clarice Lispector

A primeira vez que li Clarice Lispector fiquei encantanda e reli várias vezes, era um conto, onde ela,  menina em Recfe, roubava rosas. Depois disso, vieram os outros contos, novelas e crônicas. Minha admiração por ela foi crescendo e gosto de pensar que de alguma forma somos até parentes. Tem muita coisa que leio em Clarice e me identifico, ela escreve como eu gostaria um dia  de escrever.
Ganhei o ano passado do meu marido maravilhoso, a mais recente bibliografia de Clarice Lispector, escrita por Benjamin Moser, da editora Cosacnaif. E quando terminei queria mais, queria saber mais sobre ela. É muito bom livro assim, que você termina ainda querendo mais. Eu li poucas biografias, a maioria muito bem escrita por Ruy Castro. Mas esta também não deixa nada a desejar, primeiro porque ele escreve a vida dela e a história do Brasil, contextualizada, é um retorno às aulas de história. Cita com muita propriedade seus personagens e livros. Escreve sobre essa encantadora mulher, desde sua concepção, pois Clarice foi concebida para curar a mãe, até sua morte num hospital público do Rio de Janeiro. Seus amores como: Lúcio Cardoso e Paulo Mendes Campos. Seu casamento fracassado, filhos, livros, carência, depressão, vicío por remedios, e seu jeito de olhar pelo mundo.



Perder uma amiga

Querida amiga Olívia

Quis o destino que você vivesse somente um dia deste 2011. Assim como os outros amigos, você se foi. Um câncer diagnosticado há um mês atrás foi o responsável pela sua partida precoce. Você ainda teve que sofrer, embora dizem que o sofrimento traz evolução. Eu tento entender, mas tudo ficou sem graça sem você.
Eu apenas queria que você soubesse que eu TE AMO e que vou reencontrá-la.

"Olívia, sempre corajosa, apesar de pequena, não tinha medo de nada e de ninguém. poucos puderam amá-la, mas ela não estava nem aí. Sua alta estima elevada fazia dela uma cadelinha maravilhosa. Era a líder da matilha Silva. Se fosse para eleger uma cor, a Olívia seria vermelho, porque ela é vibrante. Como vai ser a minha vida sem o vermelho?" 

"Saudade é não saber. Não saber o que fazer com os dias que ficaram mais compridos, não saber como encontrar tarefas que lhe cessem o pensamento, não saber como frear as lágrimas diante de uma música, não saber como vencer a dor de um silêncio que nada preenche". - Martha Medeiros