terça-feira, 28 de agosto de 2012

O diário de Nicolas

Nicolas é o meu nome, sou um cão salsicha de 1 ano, que nasceu no dia dos mortos e foi abandonado pelo careca do meu pai. Na verdade, eu gosto de ser filho de pais separados, quase todo mundo hoje em dia é assim. E o meu pai? Ah! o meu pai não gostava muito de mim e só sabia dizer:
- Nossa Nicolas, como você está suado?

Eu não sou jogador do Corinthians pra viver suado, não luto boxe, não faço triathlon, sou só um cão!

SÓ UM CÃO.
 
 
Hoje eu moro com a minha mãe, na casa dos meus avós. A minha mãe trabalha como uma louca e vive dizendo:
- Trabalho pra te dar o melhor Nicolas!
 
Eu queria mais tempo com ela.
Eu adoro quando anoitece e nos dois dormimos agarradinhos.
Tem coisas na vida de um cachorro que são legais.
 
É legal comer moela de frango no meu prato verde.
É legal brincar com a Duda de lutinha. A Duda é a minha verdadeira amiga, dizem até que nós dois somos namoradinhos, mas eu não liga pra isso não! Sou jovem pra pensar em casamento.
Legal também é correr atrás das visitas, fazendo cara de mau, tomar sol até ficar bem quentinho e comer palitinho assitindo TV.
 
SUPER LEGAL é brincar de esconde esconde no sofá da vovó, com aqueles buracos gigantescos que eu fiz, ficou da hora!
 É andar de carro com a minha mãe querida! Com as orelhas ao vento, sentindo inúmeros cheiros... Andar com o meu avô até a esquina de casa e voltar correndo, fazendo xixi em todos os postes. É SUPER legal também fazer pum embaixo do edredom e ver a cara da minha mãe brava - é tão divertido!
 
Mas eu confesso, eu tenho um defeitão! Sou muito guloso. Ser guloso me fez entrar numa baita confusão um dia destes...
 
Meu avô fez a especialidade dele... PIZZA!  Eu amo aquele círculo amarelo e cheiroso! Como amo! Eu sempre como um pedacinho, mesmo que muito pequenino, mas neste dia, ninguém me deu, pois a pizza era de ATUM???
 
Atum??? Que é isso minha gente??? alías, atum integra uma lista de palavras que eu desconheço como cartão de crédito, correspondência importante, sapatos novos, cartela de remédios e outras coisas gostosas de ser mastigadas.
O fato é que a minha mãe disse pra ficar bem longe da pizza de atum! porque cachorrinhos não podem comer atum.
Mas eu não dei muita bola pra minha mãe, aproveitei a ausência dela, escalei a mesa da cozinha como um grande alpinista e abocanhei apressadamente um grande pedaço de pizza de atum! Delícia!
Na verdade parecia ser bom, mas na correria nem senti o sabor direito.
A minha mãe quase me flagrou, mas eu com aquele sorrriso amarelo de quem não sabe nada perguntei:
-Mas mãe, por que cão não pode comer pizza de atum?
- Porque atum é peixe. E peixe da rabugem nos cães.
 
Comecei a rir, só podia ser coisa da folclore brasileiro - RABUGEM!!!
O que eu não sabia e que o atum em contato com o sangue canino provoca RABUGEM.
RABUGEM pra quem não sabe é uma maldição que os peixes lançaram para os cães que os comem.
O rabo vai ficando cada dia um pouquinho maior, maior, maior e MAIOR...
Meu rabo de fininho foi crescendo e engordando e quando eu vi, não era eu que carregava o rabo e sim o rabo que me carregava.
 
E o pior é que ele era um rabo desobediente!
 
 
Eu comecei a chorar tanto, mas tanto.
Foi quando apareceu uma luz no meu quarto, era a fada Tainha, a fada madrinha dos cães que comem atum e ficam arrependidos. Ou melhor dizendo, a fada madrinha dos enrabujados.
Ah, mas antes de consertar o meu rabo ela me passou um sermão de horas e, o pior e que a fada Tainha fala meio enrolado. Mas depois de horas e horas, meu rabinho voltou ao normal, é claro que eu tive que prometer que atum nunca mais! E desobeceder a mamãe??? Ah isso já é outro papo!
 
 
 
 



segunda-feira, 27 de agosto de 2012

A história de um pescador

Essa é uma história japonesa que gosto muito de contar...
Há muitos e muitos anos atrás, numa aldeia junto ao mar, vivia um pescador chamado Urashima Taro e todas as manhãs, ele saia no seu barquinho para pescar. Mas naquele dia não tinha conseguido pescar nada, nenhum peixinho. Mas isso não o deixou desanimado. Amanhã será outro dia e eu terei mais sorte.
Quando voltava para a sua casa, viu uns meninos que maltratavam um filhote de tartaruga, jogavam de barriga pra cima, cutucavam com a vara, machucando a coitadinha. Imediatamente, ele pediu que parassem com aquilo, deu algumas moedas e os meninos sairam a comprar balas. Urashima Taro, pegou a tartaruguinha e levou-a cuidadosamente para junto das águas. O filhotinho foi embora feliz da vida nas brancas ondas do mar.
Alguns dias se passaram, o jovem estava no seu barco, quando ouviu uma voz: - Urashima Taro! Alguém me chama, mais quem? Quando viu, surgiu na sua frente uma enorme tartaruga que disse:
- Desculpa, não quis assustá-lo, alguns dias atrás você salvou meu filhote e como agradecimento gostaria de conduzi-lo ao Paraíso do Fundo do mar.
Ele desconhecia esse lugar, mas aceitou e subiu nas costas da tartaruga e iniciaram uma viagem incrível no fundo do mar. Desceram, desceram e foram cada vez mais fundo, a água ficava cada vez mais azul, peixinhos de todas as cores, flores exóticas e plantas se abriam. Assim que passaram por um túnel, eles entraram num fabuloso jardim, que conduzia a um majestoso castelo.
- Chegamos, é aqui o castelo do Grande Rei Dragão! Disse a tartaruga.
O coração do rapaz disparou de emoção, mais ainda quando viu a princesa, sua voz parecia um canto e ela também agradeceu por ter salvado a vida da tartaruguinha.
O rapaz foi conduzido ao interior do palácio, mas seus olhos nunca tinham visto tamanha beleza! Tudo era lindo. A princesa abria janelas e cada uma mostrava uma estação do ano, tudo colorido e lindo. Um grande banquete foi feito para recepcionar o pescador e peixes ao lado de bailarinas dançavam de maneira encantadora. E passavam dias, como um sonho. Ele sempre rodeado de atenções até, que um dia a saudade bateu. Intensa e repentina. Sentado em uma das pedras do jardim pôs-se a pensar em sua mãe, seus amigos? A princesa logo percebeu e perguntou se ele estava com algum problema. O pescador respondeu, gostei tanto daqui que esqueci de voltar. A princesa tentou de várias maneiras convencê-lo a ficar, mas ele estava firme na sua decisão.
-Eu gostaria que ficasse para sempre, mas entendo a sua decisão! e retirou do bolso uma caixinha dizendo: - isto é um presente, guarde-a como lembrança deste lugar. Só deve prometer que nunca irá abri-la.
- está prometido! muito obrigada pelos dias maravilhosos que passei aqui.
Urashima Taro, despediu de todos e voltou na carapaça da enorme tartaruga a praia, e só pensava na sua mãe, se ela estaria preocupado com ele.  Sua ansiedade ia crescendo até que chegou a terra firme, tomou o rumo de casa, mas percebeu que algo estava errado. Cruzava com pessoas que olhavam curiosas, mas não conseguia reconhecer ninguém. E sua casa? não encontrava sua casa? Dirigiu-se a um velhinho para perguntar onde morava a família Urashima.
- Urashima? urashima? não me é estranho! Ouvi dizer que o filho saiu para pescar e nunca mais voltou, mas isso foi a muitos anos atrás. Então quando pensava apenas ter vivido dias naquele paraíso, na Terra havia se passado anos. Urashima vagou sem destino e, ficou tão desanimado que esqueceu da promessa e abriu a caixinha. De dentro, um fio de fumaça bem branquinho foi saindo e envolveu-o por inteiro. Seus cabelos foram ficando brancos e seu rosto cheio de rugas. Em poucos segundos Urashima era um velhinho.
 
História retirada do livro UrashimaTaro de lúcia Hiratsuka

quinta-feira, 9 de agosto de 2012

leiturinhas parte II

Mais algumas leituras finalizadas...
Sapos não andam de skate - novas fábulas com novas morais - de Jon Scieszka e Lane Smith - Companhia das letrinhas. O livro é muito bom! São fábulas maluquetes, como a do sapo que não anda de skate, mas acredita em tudo que vê na TV. O elefante que não deveria dar ouvidos ao mosquito entre outras, bem malucas e legais. Diversão na certa e altas risadas...

O elefante e a pulga
Quando o elefante cresce, ele fica também mais responsável. Um dia, ele e a pulga foram ao cinema. Gostaram tanto do filme que viram duas vezes.
-Droga! disse o elefante, olhando para o relógio atrasado para um encontro com o rinoceronte. Ele vai ficar uma fera. você tem dinheiro aí para eu telefonar?
A pulga procurou nos bolsos.
-Não tenho nada. gastei tudo em pipoca.
Então o elefante não ligou. Quando ele chegou em casa do rinoceronte, com um atraso de 20 minutos, o rinoceronte estava uma fera.
Você podia ao menos ter telefonado - disse o rinoceronte
moral: os elefantes nunca esquecem de nada, só algumas vezes.

Chapeuzinho Vermelho uma aventura borbulhante - Lynn Roberts- editora zastras
Uma graça de história, ilustrada por David Roberts, chapeuzinho é um menino que adorava vermelho, seus pais eram donos de uma pensão, e as pessoas vinham de longe provar um saboroso e
borbulhante refrigerante, que também era o preferido da sua avó.

Bom, a história continua, até encontrar o lobo que engole a vovó, mas que depois de provar do refrigerante, dá um arroto tão grande que a vovó sai voando da barriga dele, depois disso eles se tornam amigos.

Pote vazio


Há muito tempo atrás, não longe daqui. Existia um imperador que gostava muito de flores e animais. Todos os dias ele cuidava do seu próprio jardim. Mas esse imperador não teve filhos e já estava ficando bem velhinho e muito preocupado, pois quem poderia ser o seu herdeiro?
Foi nas flores, que ele buscou inspiração para solucionar seu problema. Mandou chamar todas as crianças do reino, e deu a cada uma delas, uma semente.
A notícia se espalhou, todas as crianças foram buscar as sementes e para cada uma o imperador dizia:
- Aquele que provar que fez o melhor em um ano e me trouxer a flor mais bonita, será o novo imperador da China.
Um menino muito simples, chamado Ping também foi buscar sua semente, ele também adorava as flores. Voltou correndo pra casa, plantou a semente e cuidava dela todos os dias. Porém quando passou um ano, no pote de Ping não apareceu flor nenhuma, não apareceu nada!
Seu pai disse que ele deveria ir e mostrar que tinha feito o melhor.
Quando Ping chegou ao palácio, ficou muito envergonhado, pois as crianças traziam vasos com flores perfumadas e lindas.
O imperador olhou para todas e disse:
- Não sei aonde vocês arrumaram essas sementes, porque as que eu dei, seriam impossíveis de brotar, pois estavam queimadas. Admiro a coragem de Ping que fez o melhor e falou a VERDADE, como recompensa, ele será o novo imperador da China.

Adoro essa história e conto sempre nas minhas apresentações, essa fica guardada especialmente para a minha amiga Dani Sousa, que ouviu, gostou e irá recontá-la...