quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

E o que dizer do amor...

Ouvi tantas críticas do tal falado livro "50 tons de cinza" muitos definem como literatura para dona de casa. Penso. Da onde tiraram isso? E lá existe por acaso uma literatura específica para as mulheres que não trabalham fora e para o resto da humanidade? Dizem da grande aproximação dos clássicos Sabrina, Bianca e Júlia, sucesso nas décadas de 70 e 80, romances famosos vendidos em bancas de jornais ou embalados junto a uma caixa de Omo. Eu me lembro, cheguei a ler algumas folhas. Independente da literatura, o que importa e se permitir ler. Os literatos, os "inteligentes", os entendidos criticam sucessos de venda, mas não conseguem entender que a grande vantagem da diversidade de livros é justamente atender vários públicos. O que realmente importa é se dedicar a leitura, deixar se mergulhar naquele mundo, não há nada melhor que criar seus personagens e conviver com eles durante a leitura de um livro.
Eu me rendi ao Sr Christian Grey, recebi o livro emprestado de uma pessoa encantadora (que me emprestou a trilogia) e não tive ressalvas ao me jogar inteira a uma literatura tão criticada por outros. O livro é fácil, envolvido a muitos diálogos (muito deles, interiorizados por Anastácia Steele) não muito descritivo, objetivo, mas que garante conflitos. E há conflito melhor de viver do que o amor? Basta ver o sucesso das novelas, do que elas falam? Dos problemas do amor!
É necessário separar uma linha, que para muitos é um pouco tênue entre realidade e ficção. Consideremos, na ficção tudo fica melhor! Posso ser um pouco amarga nas próximas linhas, mas é a verdade do tempo em que vivemos. O amor está nas mãos de poucos. Os relacionamentos viraram fast food, as pessoas assim como o lixo que invade a nossa casa, são descartadas das vidas uma das outras e, muitas vezes não deixa nenhum vestígio, desaparecem. Mas logo é substituída. E assim, começa um ciclo. Nunca vi tantos divórcios. Não se vê mais crises, não se permitem mais o conhecimento um do outro, não praticam a tolerância e depois de muitas brigas, separam, acreditando que o próximo o entenderá e preencherá sua vida de desafetos que você carrega em si mesmo. Acabou se para muitos a erosão, o poder do tempo, o conhecimento do outro. As mulheres culpam os homens e estes culpam as mulheres. Admiro pessoas que possuem a habilidade da convivência, da paciência e do entendimento. Conheço histórias de amor que enchem os olhos de alegria. Vidas unidas pelo companheirismo, pela cumplicidade. E conheço muitas tantas que vivem a procura de um amor, que clamam para serem amadas, que se jogam em excursões perigosas na vida em busca de alguém.
50 tons de cinza é só mais uma história de amor que vem preencher as carências dessa nossa vida insatisfeita. E o que dizer do amor...

4 comentários:

  1. No fim das contas, todas nós temos um pouco da Anastácia Steele. Ao mesmo tempo em que queremos ser independentes, também queremos alguém para nos proteger de tudo e de todos. Quem nunca sonhou em ter um Christian Grey em sua vida? O Sr. Grey nada mais é que o príncipe encantado, só que ele não vem montado em um cavalo branco. Procuramos alguém que nos proteja, que cuide, que se importe nos pequenos detalhes e momentos do dia a dia. Queremos alguém que nos respeite e que mude por nossa causa, exatamente como o Sr. Grey fez. Mas infelizmente este "cara" não existe.

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  2. Acho que você resumiu tudo, mesmo independentes as mulheres querem ser cuidadas e amadas.

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  3. eu não li a trilogia, nem sei se lerei. talvez. por isso, não posso emitir críticas. e nem falar bem. mas nunca curti bianca ou sabrina, embora eu também não separe literatura para um ou para outro. que bom que as pessoas estão lendo. mas quanto ao amor, o "cara" existe sim. sou testemunha viva. meu meu pai, meus irmãos cuidadosos e amorosos e companheiros... meu irmão, cuidando da minha cunhada doente, picava com carinho as frutas e ainda levava uma flor pra ela num castiçal... como tenho orgulho dele. e quando deixei meu primeiro relacionamento, uma das coisas que disse foi: não sei se vou encontrar alguém que seja "o cara", mas preciso procurar... achei. e sim, o que mais gosto é ser cuidada e amada, embora toda a minha independência. bela reflexão.

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