Ela sabia curar dor de cabeça, com água, óleo e um grampo.
Fazia poções para as moças que queriam arranjar um marido.
E, sempre conseguia acabar com as verrugas.
Mas Strega Nona, estava ficando bem velhinha e precisava de alguém para ajudar a cuidar da casa, do jardim, foi então, que ela teve uma ideia, colocou um anúncio na praça da cidade.
O Tonhão, que era um moço bem distraído foi falar com ela, ele deveria varrer a casa, lavar a louça, capinar o jardim, buscar água e em troca de tudo isso, Strega Nona, lhe daria pouso, comida e ainda três moedas de ouro.
Mas a única coisa que ele jamais poderia fazer era mexer no caldeirão. O caldeirão era muito valioso!
E assim os dias se passaram e Tonhão fazia seu trabalho, Strega Nona, também atendia a todos que lhe procuravam.
Um dia, Tonhão ouviu Strega Nona cantando diante do caldeirão, ela cantava:
"borbulha, borbulha, caldeirão
cozinha a massa e o macarrão
Estou com fome e está na hora de jantar
cozinha bastante para me alimentar"
"Chega, chega, caldeirão
já está pronto meu macarrão
por isso se acalme , meu caldeirão fervente,
até que eu tenha fome novamente"
- Que maravilha! disse Tonhão, é um caldeirão mágico de verdade. E Strega Nona chamou Tonhão para jantar, mas Tonhão coitado não viu que Strega Nona jogava três beijinhos para o caldeirão mágico.
No dia seguinte, quando foi buscar água, Tonhão contou para a cidade inteira sobre o tal caldeirão, é claro que as pessoas riram dele.
E Tonhão ficou bravoe disse à todos que ia mostrar. E este dia, acabou chegando cedo, pois Strega Nona, precisava atravessar a montanha para colher ervas e visitar uma amiga, deu as recomendações a Tonhão e não esqueceu da principal: - não encoste no caldeirão.
- Oh sim, sim, mas no fundo ele estava pensando, essa é a minha hora!
Assim que Strega Nona sumiu de vista, Tonhão entrou na casa e arrastou o caldeirão até o chão e meio sem jeito, meio sem lembrar da letra começou a cantar:
"borbulha, borbulha, caldeirão
cozinha a massa e o macarrão
Estou com fome e está na hora de jantar
cozinha bastante para me alimentar"
E o caldeirão começou a ferver, a borbulhar e a encher de macarrão, correu pela praça, pulou no chafariz e disse à todos, tragam garfos, pratos e travessas, tem macarrão pra todo mundo. Todos foram correndo buscar garfos, pratos e quando chegaram o caldeirão estava mesmo tão cheio, que começava a transbordar.
Tonhão era um heroi, ele ia tirando do caldeirão o macarrão e enchendo os pratos das pessoas, havia mais que suficiente, algumas pessoas repetiam, uma, duas e até três vezes e o caldeirão jamais esvaziava.
Quando todos estavam fartos Tonhão cantou:
"Chega, chega, caldeirão
já está pronto meu macarrão
por isso se acalme , meu caldeirão fervente,
até que eu tenha fome novamente"
Mas ele esqueceu o principal, jogar os 3 beijinhos para o caldeirão. Tonhão saiu e estava recebendo os cumprimentos, quando viu que o caldeirão continuava borbulhando e o macarrão saindo e escorrendo pra fora da casa, invadindo ruas. Tonhão entrou correndo em casa e gritou mais uma vez, mas nada do macarrão parar. O macarrão jorrava pelas janelas, portas, as pessoas começaram a ficar preocupadas, o macarrão crescia estrada afora e todos os habitantes corriam para escapar dele.
- Temos que proteger nossa cidade desse macarrão - gritou o prefeito, tragam colchões, portas, mesas, vamos fazer uma barricada, mas nem isso continuou, o macarrão continuava crescendo e jorrando.
-Estamos perdidos, será nosso fim, disse o padre. O macarrão vai cobrir a cidade.
E era exatamente isso que iria acontecer caso a Strega Nona não tivesse vindo pela estrada, voltando para a casa e só de olhar entendeu bem o que havia acontecido.
Ela cantou a poção mágica, jogou os 3 beijinhos e o caldeirão parou.
As pessoas agradeciam Strega Nona, mas viraram para o Tonhão e disseram - prendam.
Espere, disse Strega Nona, o castigo deve ser de acordo com o crime, ela pegou um garfo e entregou para Tonhão.
- Muito bem Tonhão, você não queria o macarrão do meu caldeirão mágico, e eu quero dormir sossegada na minha cama hoje a noite, então comece a comer.
E foi o que ele fez!
Que lindo, Tati!
ResponderExcluirGostaria de voltar a ser criança e ouvir essa história contada por você, deve ser daquelas ocasiões que a gente nunca esquece mais, de tão gostoso...