Hoje a garota tentou pela última vez, ficou sentada esperando ele passar e mais uma vez tentou falar, rememorar o passado, mas não na tentativa de voltar, mas de limpar com água limpa e cristalina os últimos pingos de sujeira que insistem em grudar no seu mais predileto casaco. Como sempre ele foi bruto, ríspido, desgradável ao ponto de deixar nela a mesma marca: a do arrependimento. Arrepende-se de tudo e principalmente por esperar uma conversa que nunca acontecerá, uma limpeza que nunca a higienizará. Pensa no tempo desperdiçado, nas chances sem muitas expectativas. Volta pisando leve, quase chorando, pega a bicicleta e percorre as ruas, já com lágrimas nos olhos. Vive só, apenas um gato vira lata a faz companhia. Dorme sozinha e seu útero em desuso dói. Até quando comprará livros de auto ajuda? Até quando se olhará no espelho e fará consigo aquele breve diálogo. Até quando se entupirá de remedios? Até quando viverá pra ver o mundo apodrecer de mesquinhez.
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