quinta-feira, 19 de julho de 2012

leiturinhas...

Sou apaixonada por livros infantis e me encantei por alguns que seguem alguns comentários...

A caminho de casa de Jairo Buitrago e Rafael Yockteng - editora UDP
A história toda é permeada por uma menina na companhia de seu leão imaginário, que remete a figura do pai que ela não tem. O texto toca o coração e as ilustrações são lindas, vale a pena ler!
"na volta pra casa, venha comigo... para que eu tenha com quem conversar. Você pode ir embora de novo, mas se quiser... mas volte quando eu pedir"...

Indo não sei aonde buscar não sei o quê de Angela Lago - editora RHJ
Bom, conta a história de um menino meio zonzo, que pra tudo que lhe perguntavam, ele dava a seguinte resposta: - sei não!. Pois seinão ficou sendo o seu apelido e, justo esse menino foi se apaixonar por uma princesa, muito sabida, mas que adorava dar risada e fazer piada com as pessoas. Um dia, ela prometeu casar com ele, caso ele fosse buscar não sei o quê pra ela. Ele foi. E durante dias as pessoas tiravam o maior barato da cara dele. Porque o bobo ia atrás do impossível, de algo que ele nem sabia. Andava, andava até que chegou no inferno, bateu na porta do diabo e acabou ficando pois foi enrolado pelo diabo que precisava de um ajudante. Um belo dia, o diabo lhe entregou um embrulho e disse que ele não podia abrir, dizia não saber o que era, mas se o Seinão abrisse podia deixar de ser. E como Seinão também ja tinha feito umas burradas com o computador do diabo, resolveu pegar o embrulho e se mandar do inferno. Correu em direção ao palácio e já foi falando para a princesa que havia buscado o tal do não sei o quê! A princesa disse que era impossível! Ninguém no mundo poderia saber o que existia no embrulho - não havia dúvida, a encomenda estava certa! Pois é, Seinão segue muito bem casado e o embrulho segue embrulhado! Uma gracinha de história, principalmente pra gente que não sei não!



Pimenta no cocuruto de Ana Maria Machado, ilustrações de Roberto Weigand - editora FTD
Um clássico, afinal minha mãe me contava essa história, só que na versão da Taninha, o que havia caído na cabeça da galinha, era uma goiaba, sim uma goiaba! A galinha poderia ter tido um traumatismo craniano e nem ter concluido a bagunça geral que ela causa na história. Na versão da Ana Maria Machado, o que cai é uma pimenta e a coitada, levou um susto tão grande que saiu logo gritando que o mundo ia se acabar! Esbarrou no galo, pato, marreco, peru, porco, cabra, cachorro, gato, papagaio, vaca e até andorinha. A notícia correu e sempre a mesma tragédia, que o mundo ira se acabar porque o cocuruto da galinha que tudo adivinha tinha contado pra todo essa gente. A andorinha e que levou a noticia ao homem, e quando chega a essa altura da história já fica dificil contar quem contou pra quem que o mundo ia se acabar, ás vezes, entrava bicho que nem tinha entrado na história. Então o homem viu todos aqueles bichos correndo enfileirados e resolveu sair correndo, ao atravessar uma ponte, o homem quebrou o seu pé. Os bichos todos pararam em volta dele, com pena e começaram a discutir quem tinha sido o culpado. A bicharada se dividiu em dois grupos, uns culpavam a galinha, porque ela tinha começado tudo aquilo e o outro lado, culpavam a andorinha que tinha ido assustar o homem.
Mas de quem vocês acham que é a culpa?  E dessa forma que a gente aprende que a história pode ter muitos finais. Tem gente que depois de ouvir tantas e tantas vezes, chega a conclusão que a culpa era do homem, afinal! quem mandou sair correndo como um louco atrás da bicharada.
O distraído sabido  de Ana Maria Machado, ilustrado por Cris Eich editora - Salamandra
Conta a história de um menino que de tão distraído era muito sabido. Quando a mãe pedia pra trazer talco pra passar no irmão, ele levava xarope, mas a distração tinha uma explicação, ele vivia lendo, vivia prestando atenção em coisas que ninguém vê ou nem liga. Pedrinho olhava a vida com outros olhos. A vida tem tanta beleza, basta ter olhos pra ver!
O carrossel de Rainer Maria Rilke - ilustrado por Isabel Pin e traduzido por Juliana P. Perez
Sou suspeita, porque amo de paixão esse poeta.
Aqui ele faz poesia, com o carrossel...
"Gira por mais um momento o conjunto, seu teto, a sombra, as cores e os cavalos, como se fossem de outro mundo que imerge e ainda hesita em abandoná-los... bravura todos levam na expressão... e nos cavalos todos vão passando...e tudo segue e corre sem que adiante e gira e roda sem nenhum destino...  maravilhoso!
Numa noite muito, muito escura  Simon Prescott- Publifolhinha
Que graça de livro! Tudo é muito escuro e acompanhamos um ratinho que busca algo inesperado... atrás de uma porta muito, mas muito escura! Muito gracioso e com final surpreendente.

terça-feira, 17 de julho de 2012

página virada



Talvez até soe, como título de música sertaneja, mas há certas coisas na vida da gente, que
definitivamente se coloca um fim. Tem coisas que acabam, mas ainda permanecem por aí...
Hoje virei mais uma página na minha vida, não que não havia iniciado uma nova fase, mas hoje foi o desfecho final de uma história, da qual fui uma das protagonistas. Quando se trata da separação, a dor já pertence à outra vida da qual você quer se separar. "Na separação a dor se torna um capital fundamental na renovação, no recomeço que devem ser realizadas em ambas as partes".
E foi assim que um ciclo se fechou hoje e, por mais medo que tivesse, tudo correu com tanta tranquilidade, que aquela mágoa, tão descrita em tantos escritos, ela desapareceu. Surgiu diante de mim, lembranças boas, gratidão e um desejo intenso que o outro seja feliz! Permanecemos por um tempo sem conhecimento um do outro e agora, nos desligamos definitivamente. Nesse momento cada qual se fará um novo, com novas necessidades, condições e sonhos. Hoje estou leve como uma pena e desejo ao outro a mais intensa felicidade. Seja feliz e obrigada por tudo!

quinta-feira, 12 de julho de 2012

escrever...



Um amigo me advertiu dizendo que escrevo coisas muito pessoais no blog, e ao ler o comentário da amiga e leitora Sandra, que tanto estimo, comentando sobre a mágoa, uma frase me chamou a atenção: "obrigada por compartilhar algo tão teu". Eu não sei até que ponto isso é certo? Lá vai eu, com meus erros e acertos, mas o problema e que tenho urgência em escrever em determinados períodos. Sejam eles de tristeza, cansaço ou de inquietude. Na alegria, parece estranho, mas na alegria, eu escrevo mais pra cumprir a função cultural de escrever sobre as histórias. Quem me lê pode pensar que eu sou um poço sem fundo de depressão, mas eu tenho meus estágios de felicidade, a questão é que na melancolia, eu produzo e penso melhor. E por mais que eu tente me expressar, tenho a sensação de falhar, de ainda não dizer tudo o que sinto. Ao escrever me dou as mais inesperadas surpresas, acabo me conhecendo e de quebra quem me lê, acaba sabendo da minha vida. Uso, agora com permissão e crédito a autora Viviane Mosé, que descreve de forma tão intensa o que também sinto quanto me coloco na frente deste computador..."escrever é como arrancar espinho do pé, desfolhar, desfiar, desfazer nós, escrever pode até tentar se curar e pode ser querer cuidar do que não se cura, pode ser alívio, auxílio,pode ser um dano, um coice...uma porta, uma esquina, uma encruzilhada, uma porrada, escrever pode ser um vício" e nas palavras que eu queria ter escrito que a autora descreve o que é escrever para a Tatiana, e a solidão, me auxilia nesse processo, nesse momento de introspecção, me sinto nua do mundo que habito, acredito que os solitários são os que mais contribuem para a sociedade.

terça-feira, 10 de julho de 2012

mágoa x inexistência





Às vezes dou pra filosofar... e nessas horas, não importa muito bem o local, se a vontade me aguça, saio perguntando coisas, até porque tenho um profundo interesse em saber como as pessoas pensam. Uma das coisas que mais me deixam ainda "grilada" e essa vontade de voltar ao tempo, porque infelizmente me arrependo de muita coisa que fiz. Tem gente, como a de hoje, que se arrepende das coisas que deixou de fazer. E por que será que comigo tem que ser assim, eu sempre tenho que me remeter ao passado querendo consertar algo? A conversa continua, e comento sobre a mágoa ( e como eu luto pra me ver livre dela) tem gente, como a de hoje que não sente mágoa, diz que passa um nervoso passageiro, mas depois tudo volta a ser como antes. Ofendida porque a esta altura, eu acho que só eu tenho problemas, eu pergunto: - mas e quando a pessoa faz muito mal a você? A pessoa de hoje responde, - ela não existe, não sinto mágoa, pesar, amor, raiva, rancor... não sinto nada, ela inexiste. Qual será o melhor? sentir ainda um certo desapreço por alguém, ou simplesmente esquecer que ela existe? Será possível que um dia eu possa esquecer que certas pessoas existiram na minha vida? Será isso certo? justo? correto? Eu duvido que isso possa ocorrer comigo, eu caminho muitas vezes, olhando pra trás, sei que isso é um grande defeito. Eu ainda tenho comigo a gratidão do aprendizado de viver do lado do outro, mesmo que este, tenha me magoado muito. E anos poderão passar, eu ainda em alguns momentos, numa fala, num cheiro, num local e mesmo em algum sonho, pessoas retornarão a minha lembrança... se a mágoa efetivamente passar, eu pensarei: o que estará fazendo agora? Curiosidade, pois também sei ser curiosa.

segunda-feira, 9 de julho de 2012

O rei da fome



Há um livro, chamado "o rei da fome" da ilustradora e escritora Marilda Castanha, que eu simplesmente adoro! E sempre conto nas minhas contações, vou contar aqui com as minhas apropriações, mas leiam o livro, pois é uma graça!

Havia um rei, que comia histórias! Sim, ele comia as histórias que estavam guardadas nos livros. Todos os dias, os criados, lhe serviam no café da manhã, almoço, e jantar histórias...
Seu fiel criado, lhe trazia os mais diversos têmperos: pimenta, óregano, sal, mostarda, salsinha, canela, curry, manjericão entre outros... condimentos dignos de rei. Ás vezes cismava que o livro estava duro, então era necessário mandar de volta a panela, outras vezes, que o livro estava frio, e mandavam diretamente ao forno para aquecer. O fato é que regado a azeite ele comeu muitas histórias. A volta ao mundo em 80 dias, foi comido em duas horas. Alice no país das maravilhas em 1 hora e Branca de Neve, ah! esse foi em 10 minutos.
Além de provocar o sumiço nas prateleiras da Biblioteca real, o rei calado, não guardava consigo o segredo daquelas páginas, não adiantava insistir porque ele não contava nada pra ninguém. mas um dia, um dos serviçais, um moço que adorava ler, começou a ficar incomodado, pois em alguns dias, não restaria livros. Ele pensava em soluções, como em cortar a barriga do rei, assim, como o caçador fez para salvar a Chapeuzinho e a vovó ou espetar o dedo do rei em uma roca, para que ele pudesse dormir anos, como a Bela adormecida, não! O rei não cairia naquelas armadilhas. Então, o moço muito esperto, resolveu vigiar o rei, e naquele dia, o rei estava com tanta fome, que comeu toda a mitologia grega. Mas no outro dia, seu fiel serviçal, acordara muito doente, o rei quando soube, ficou irado de raiva - quem conseguiria mais livros para ele comer! Porque para conseguir os livros era uma baita burocracia, até que  o moço gentilmente se ofereceu para fazer toda a papelada e pediu para o rei assinar. Foi aí, que o rei ficou acuadinho, tremendo feito gelatina. O rei não sabia escrever. A verdade é que o rei não sabendo o que fazer com tantos livros, resolveu comê-los e durante todos aqueles anos, era seu serviçal fiel quem assinava as requisições pra ele. Desmascarado o rei não teve saída, entrou na escola e hoje já está aprendendo a ler. Os livros daqui em diante não serão mais triturados e sim devorados pelos olhos do rei. E tudo foi resolvido, o rei está mudado e não gosta nem de livro arranhado.

O amor que nunca morre

Há um amor que nunca morre, e não estou cá dizendo do amor materno, já comentado em outra ocasião. Conheci recentemente histórias de viuvez onde as pessoas voltam ao convívio de novos substitutos, apenas uma alternativa para sobreviver aos dias que restam. Alguns perdem tudo para salvar o amado, mas o dinheiro infelizmente não poupa a linha da vida e, ela se arrebenta como uma linha qualquer. Fiquei sabendo que um homem forjava os exames médicos da mulher após a quimioterapia, (ele escaneava, e mudava dados) para que a esposa acreditasse que o tratamento estava dando certo. Outro guardou as mais preciosas joias numa caixa dourada, não deixando nem que a nova mulher utilizasse. E as histórias são muitas, tentam de forma desesperada encontrar um novo consolo, mas não sentem amor por nada, somente a saudade diária  da amada que se foi. Amar nunca mais.