segunda-feira, 12 de março de 2012
A foto é uma história congelada
Ah! como é bom ser criança! Eu não tive problemas com a minha infância, eu posso escrever sem qualquer receio que tive uma infância feliz, eu era a boneca da mamãe, o sonho da mãe extremosa, era a menina do papai, a doçura da vovó. A menina boazinha que sempre teve juízo, que sempre se interessou por coisas precocemente, fiz o meu primeiro bolo de chocolate (com auxílio da mamãe com apenas 6 anos de idade), aprendi a pintar, costurar, bordar, inventar... cuidar da casa, sim! Porque lá no quintal da minha casa, eu tinha um armário, com centenas de gibis, uma lousa pra brincar de ser professora (e era a maior lousa da vizinhança) e uma mesinha com cadeiras, onde eu debruçava alguns caderninhos e fazia a minha economia doméstica; eu era casada com o Super Homem, ele trabalhava muito, e eu cuidava muito bem da nossa casa. Bolinho de lama, e macarrão de grama era a minha especialidade! Eu sempre tive uma queda por super herois, um apreço em ser dona de casa e uma solidão antiga. Desde pequena, eu cultivo uma dorzinha que nem sei bem o que é. Ás vezes acho que sofro de sensibilidade aguçada, tem gente que defende como medo exagerado de vida. Mas nem eu, que possuo isso, sei explicar ao certo o que é. A dorzinha passa, quando escrevo algumas palavras, quando coloco pra fora palavras entaladas em mim. Alguns poetas dizem que as palavras não servem para escrever cartas de amor, nem pra falar ao telefone, nem pra rir, chorar, mentir, proferir... dizem que as palavras servem para fabricar poemas. As palavras pra mim, soltas, leves, cambaleantes depois de um gira a gira servem pra amenizar a dor. Essa dorzinha que já contei antes.
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