quarta-feira, 18 de setembro de 2013

fuga ou um simples inseto


Foi difícil para ela tomar essa decisão, pensava nas meninas, ainda pequenas e, no que poderia acontecer com elas, mas tudo era melhor do que continuar na humilhação daquela vida de barata. Não aguentava mais as agressões, os gritos e a sensação de solidão. Esperou que ele adormecesse e tirou as meninas da cama, ainda sonolentas, não entendiam pra onde iam e, ela não tinha ideia, de qual caminho tomar. Atravessaram a casa, uma rua que significava um grande perigo e enfim, encontraram um buraco. Meteram-se lá dentro mãe e filhas, andaram e chegaram a um local todo iluminado e branco, avistaram, grandes peixes, vários produtos, um cheiro insuportável de sabonete, não queriam ficar ali, estavam só de passagem. Mas bastou um grito, uma palavra horrível e logo, a mulher gigante voltou detentora do poder de ter nas mãos, um frasco de inseticida. E como ela usou sem dó, as meninas nem conseguiram se mover, vi as duas morrendo na minha frente. Não pude ao menos, protegê-las, meus olhos cegaram, e não vi mais nada.

Ainda de manhã:
- Mãe se me faz um favor, tira aquela barata horrível do banheiro.

Na hora do almoço, após escovar os dentes:
- Mãe, estou penalizada, junto da barata, havia mais duas baratinhas, pareciam filhinhas, acho que fugiam...
- Viu o que você fez, você matou a mãe e as filhas, quem vê a gente criando estas histórias, acha que somos malucas.


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